O crescimento de lojas virtuais tem sido uma das tendências mais marcantes para o varejo nos últimos anos, mas ainda há grandes oportunidades no comércio físico.
O grande desafio é superar os custos fixos mensais que todo ponto de venda tem.
É a partir do cálculo do ponto de equilíbrio contábil que você, como gestor, pode saber quanto precisa comercializar para não ter prejuízo.
Por isso, neste post vamos te mostrar o que é o ponto de equilíbrio e mostrar como ele pode ser calculado. Quer descobrir? Continue lendo.
Ponto de equilíbrio também chamado de break-even point, ponto de ruptura, ou ainda, ponto crítico, é quando a receita total da empresa é exatamente igual à soma de custos e despesas.
Ele é calculado para saber quanto, em número de transações ou dinheiro, é preciso vender para bancar as operações sem ter prejuízo.
Vale ressaltar que essa métrica não é a meta de nenhuma empresa, e sim uma referência – o objetivo é ter lucro.
Ou seja, o ponto de equilíbrio for ultrapassado em R$ 1 real, já quer dizer que a empresa está lucrando.
Existem três principais variações do ponto de equilíbrio: o contábil, o financeiro e o econômico.
Eles são razoavelmente parecidos no conceito, mas apresentam perspectivas um pouco diferentes para o cálculo. Vamos entender melhor?
Este é o mais utilizado e mais simples. Nele, divide-se o valor dos custos e as despesas fixas pela margem de contribuição. O resultado é a receita necessária para igualar os gastos.
O Já nesse, a diferença é que ele exclui da conta depreciações e outras despesas que a empresa não precisa necessariamente desembolsar, mas que são contabilizadas em um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE).
Pois, algumas empresas, em seus balanços anuais, incluem a depreciação como custo – por exemplo, se têm um ativo que valia R$ 200 e agora vale R$ 170, esses R$ 30 perdidos entram na lista de custos ou despesas da empresa.
Por fim, nesse indicador, você precisa acrescentar o custo de oportunidade, que considera a margem de ganho que alguém poderia ter se tivesse investido em outro negócio ou em um fundo de investimento, por exemplo.
Trata-se da escolha que alguém faz. Ao optar por um caminho, deixa outro de lado, que poderia ser mais lucrativo.
Sendo assim, o negócio escolhido precisa gerar um resultado igual ou superior ao que foi preterido pelo empresário ou investidor.
E é aí que entra o ponto de equilíbrio econômico, que, além dos custos, considera o custo de oportunidade para indicar o quanto é necessário faturar para equilibrar esse fator e tornar a opção vantajosa.
Para encontrar o resultado, primeiro você precisa apurar dois fatores:
Aqui, você vai considerar o custo que tem para manter a empresa em operação, seja qual for a sua produção.
Isso inclui:
O que não entra nesse cálculo são os seus gastos com os produtos que serão revendidos ou matéria-prima para a produção, impostos sobre as vendas e comissão dos vendedores.
Esses custos já estão embutidos no preço de venda do produto.
A margem de contribuição é o ganho bruto sobre as vendas. Além de ser útil para encontrar o ponto de equilíbrio, ela costuma ser usada para calcular o preço de venda dos produtos.
Para isso, você soma os custos de produção (produto ou insumos comprados do fornecedor) e as despesas variáveis (impostos sobre vendas e comissão dos vendedores) e acrescenta, sobre o resultado, o valor da margem de contribuição.
Esse excedente servirá, em primeiro lugar, para pagar as despesas fixas da empresa e, depois, para o lucro – remuneração do empresário.
Imagine que sua empresa planeja vender 1.000 unidades de um determinado produto a R$ 50 cada.
Porém, para produzir cada item, o custo é de R$ 20, junto com R$ 15 de despesas variáveis.
Além disso, há um gasto fixo (custo + despesa fixa) na ordem de R$ 6.000 mensais.
Colocando todos esses valores em uma planilha, temos o seguinte:
Na planilha, conseguimos identificar o índice da margem de contribuição (30%/100 para chegarmos a um valor decimal) e o total dos custos e despesas fixas (6.000).
Agora é só aplicar a fórmula:
Isso significa que a empresa precisa vender 400 unidades de seu produto, faturando R$ 20.000, para chegar ao ponto de equilíbrio e pagar todos seus custos e despesas.
A partir deste ponto, cada produto que for vendido vai contribuir para o acúmulo de recursos, ou seja, para o lucro do negócio.
Já no ponto de equilíbrio financeiro, a fórmula é a seguinte:
Vamos continuar usando os valores da nossa planilha, mas agora incluindo como despesa não desembolsável, depreciações de ativos no valor fixo de R$ 1.500. Assim, aplicando na fórmula, temos:
Por fim, para calcular o ponto de equilíbrio econômico, como dissemos, é necessário acrescentar o valor do custo de oportunidade.
Então, imagine que um empresário que monta uma empresa poderia ganhar R$ 10.000 por mês com algum investimento. Aplicando os valores à seguinte fórmula, temos:
O ponto de equilíbrio mostra quanto a empresa precisa vender, em unidades, para ser lucrativa.
Portanto, a conclusão mais lógica e comum é que: quanto mais vender, mais lucro.
Isso não deixa de ser verdade, porém, vale lembrar que a partir de certos volumes de vendas são acionados gatilhos que mostram o que pode ser feito com a estrutura de gastos existente.
Ou seja, é preciso avaliar a capacidade máxima produtiva da empresa, pois, em alguns casos, para vender mais é preciso fazer investimentos, como ampliar a estrutura ou contratar mão de obra, o que acaba elevando os custos e as despesas fixas.
Portanto, é necessário conhecer o ponto máximo de otimização possível com a estrutura atual e cada vez que houver uma necessidade de ampliação dos gastos fixos, o ponto de equilíbrio econômico deve ser recalculado.