Você consegue afirmar com toda certeza que o seu negócio está realmente obtendo lucro? E quanto é esse lucro, você sabe dizer? Bem, muitos empresários brasileiros acreditam que a melhor maneira de saber se a sua empresa está fazendo dinheiro é através do fluxo de caixa, porém segundo o Sebrae, para avaliar a situação da empresa, e realmente ter conhecimento se a empresa está dando lucro ou prejuízo é necessário apurar seu resultado.
Ter o seu fluxo de caixa estruturado de maneira correta é crucial e não se torna menos importante por esse fato, inclusive reforço que é muito importante para gerenciar os gastos, além de auxiliar no controle e planejamento financeiro o que contribui para tomadas de decisão, para tal controle de caixa, utilize nossa planilha!
Todavia, para conhecer o seu lucro é necessário conhecer os números ao fim de um certo período, classificá-los e assim conhecer o resultado final.
Para entender a diferença entre o fluxo de caixa e o resultado que estamos querendo buscar é interessante saber a diferença entre Regime de caixa e competência. No regime de caixa são considerados as negociações exatamente no momento que ocorre a transação financeira.
Por exemplo, se é feita uma compra de R$ 1000,00 e é parcelada em 2 vezes, deve-se registrar apenas o valor de R$ 500,00 referente a primeira parcela, os outros R$ 500,00 seriam registrados no outro mês, sendo o modelo usado quando estamos falando de fluxo de caixa.
Para começar é importante relatar que qualquer empresa pode utilizar qualquer um dos dois modelos. O regime de competência é muito usado quando se tem o objetivo de conhecer a situação financeira e patrimonial da organização, porém todos os valores são inseridos integralmente na data da compra quando nos tratamos desse modelo, usando o mesmo exemplo acima, podemos dizer que, feito uma compra no valor de R$ 1000,00, o valor total deve ser registrado, não importa em quantas vezes a compra foi parcelada.
A maneira mais conhecida para calcular o seu resultado ao final de um período é através da DRE (demonstração do resultado do exercício), que definindo de maneira simples se trata de um relatório contábil que expõe em determinado período o resultado alcançado por determinada companhia, podendo ser lucro ou prejuízo.
Existem alguns modelos de DRE, a DRE variável é muito conhecida por ser mais gerencial por isso o nosso exemplo será feito se baseando em um exemplo advindo desse modelo, observe abaixo:
Receita bruta de vendas: Toda a receita vinda da venda dos produtos.
Deduções de vendas: Inclui imposto sobre vendas, devoluções e descontos na venda.
Receita líquida: Resultado da subtração da Receita Bruta de vendas pelas Deduções de Vendas
Custos variáveis: Os custos são todos os gastos associados diretamente a atividade fim da empresa, sendo os custos variáveis aqueles variam de acordo com a produção, por exemplo: A comida em um restaurante ou o cimento em uma obra de construção civil.
Despesas variáveis: as despesas são todos os gastos que não são utilizados diretamente na atividade fim da empresa, porém as despesas variáveis são aquelas despesas que variam de acordo com a produção, por exemplo: comissão de vendas.
Margem de contribuição: É o valor que sobra depois de subtrair da receita líquida os custos e despesas variáveis.
Custos fixos: Os custos fixos, são os gastos relacionados à atividade fim da empresa, porém não variam conforme a produção, por exemplo: Aluguel.
Despesas fixas: As despesas fixas são os gastos que não são utilizados diretamente na atividade fim da empresa e também não variam conforme a produção. por exemplo: Salário de auxiliares administrativos
Resultado operacional líquido: Também conhecido como lucro operacional, este valor é o resultado da subtração do Resultado Operacional Bruto pelas despesas gerais.
Outras Receitas/Despesas não Operacionais: é o valor que a empresa recebe ou gasta que não está associado a sua atividade fim. Numa indústria, por exemplo, este valor pode vir da venda de uma máquina antiga após a aquisição de uma nova.
Resultado líquido antes do IR: Resultado líquido antes do imposto de renda representa o quanto a empresa lucrou, antes dos descontos citados em seu nome.
Imposto de Renda: Valor pago por toda pessoa física (IRPF) ou jurídica brasileira (IRPJ) para a receita federal. Este valor é a última cobrança antes do lucro líquido da empresa.
Lucro líquido: é o lucro do empresário (ou sociedade) após o desconto de todos os custos, despesas e encargos.
Para aprender mais sobre as funcionalidades da DRE e os possíveis indicadores que podem ser gerados por ela recomendo a leitura do nosso conteúdo sobre indicadores financeiros que são indispensáveis em qualquer empresa.
Agora que foi explicado motivo de se usar a DRE e suas subdivisões vamos ao passo a passo para que seja possível encontrar o resultado final da sua empresa ao final de determinado período. Por considerar que uma análise ao final de todo mês seja o ideal o período considerado no passo a passo a seguir será mensal.
Deve-se anotar os valores de todas as notas emitidas no mês e somar os seus valores a fim de descobrir sua receita bruta de vendas;
Cadastrar todos os gastos que foram feitos naquele mês de maneira integral, por exemplo: Se você compra uma mercadoria no valor de R$ 1000,00 e parcela em 4 vezes, deve ser inserido o valor de R$ 1000,00
Classificar os gastos em Custos (fixos e variáveis), Despesas (fixas e variáveis) e impostos, essa classificação é muito importante para que seja possível rastrear quais são os principais motivos dos seus gastos, e com isso cortar os gastos onde for viável.
Com tudo devidamente anotado, hora de montar a DRE e descobrir o seu resultado no período.
Após seguir os passos estabelecidos anteriormente, chega o momento da análise, se o seu lucro está muito baixo ou não existe, é hora de entender o porque, e partir daí cortar gastos para voltar a se tornar competitivo, se o lucro é alto, talvez seja um bom momento de cogitar um reinvestimento na empresa para mudar de patamar, se o lucro existe mas você não vê esse dinheiro, é preciso melhorar o seu fluxo de caixa através de compras estratégicas e negociações com fornecedores para que o capital de giro da empresa não seja prejudicado, se deseja saber mais sobre a importância do capital de giro para a saúde financeira da empresa, acesse esse conteúdo.
O tempo total de análise deve ser de pelo menos 6 meses, sendo que o período de 1 ano ou mais seria realmente o ideal para que se possa entender como a empresa se comporta durante todos os períodos do ano, passando por momentos de sazonalidades bem diferentes, assim identificando quais os melhores meses do ano para a sua empresa e quais os meses em que ela performa pior, e dessa forma se preparar para os momentos de baixa, e passar por eles sem se desesperar, e com isso aos poucos entender o mercado através de seus resultados.
Por fim, espero que o texto tenha sido esclarecedor e as dicas que foram fornecidas sejam realmente úteis para melhorar o controle financeiro da sua empresa. Algo não ficou claro ou tem o desejo de saber mais sobre como podemos te ajudar? Entre em contato com o nosso time!
